terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Alguns dos ditados populares

 A ambição cerra o coração
 A pressa é inimiga da perfeição
 Águas passadas não movem moinhos
 Amigo não empata amigo
 Amigos amigos negócios à parte
 Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura
 A união faz a força
 A ocasião faz o ladrão
 A ignorância é a mãe de todas as doenças
 Amigos dos meus amigos, meus amigos são
 A cavalo dado não se olha a dente
 Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não
 enganam o mundo.
 Antes só do que mal acompanhado
 A pobre não prometas e a rico não devas.
 A mulher e a sardinha, querem-se da mais pequenina
 A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo
 A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado
 A galinha do vizinho é sempre melhor que a minha
 A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite
 mata
 A necessidade aguça o engenho
 A noite é boa conselheira
 A preguiça é mãe de todos os vícios
A palavra é de prata e o silêncio é de ouro
 A palavras (ocas|loucas) orelhas moucas
 A pensar morreu um burro
 A roupa suja lava-se em casa
 Antes só que mal acompanhado
 Antes tarde do que nunca
 Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos
 o desamparam
 Ao rico não faltes, ao pobre não prometas
 As palavras voam, a escrita fica
 As (palavras ou conversa ...) são como as cerejas, vêm
umas atrás das outras
 Até ao lavar dos cestos é vindima
 Água e vento são meio sustento
 Águas passadas não movem moinhos
 Boi velho gosta de erva tenra
 Boca que apetece, coração que padece
 Baleias no canal, terás temporal
 Boa fama granjeia quem não diz mal da vida alheia
 Boa romaria faz, quem em casa fica em paz
 Boda molhada, boda abençoada
 Burro velho não aprende línguas
 Burro velho não tem andadura e se tem pouco dura
 Cada cabeça sua sentença
 Chuva de São João, tira vinho e não dá pão
 Casa roubada, trancas à porta
 Casarás e amansarás
 Criou a fama, deite-se na cama
 Cada qual com seu igual
 Cada ovelha com sua parelha
 Cada macaco no seu galho
 Casa de ferreiro, espeto de pau
 Casamento, apartamento
 Cada qual é para o que nasce
 Cão que ladra não morde
 Cada qual sabe onde lhe aperta o sapato
 Com vinagre não se apanham moscas
 Coma para viver, não viva para comer
 Com o direito do teu lado nunca receies dar brado
 Candeia que vai à frente alumia duas vezes
 Casa de esquina, ou morte ou ruína
 Cada panela tem a sua tampa
 Cada um sabe as linhas com se cose
 Cada um sabe de si e Deus sabe de todos
 Casa onde entra o sol não entra o médico
 Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a
ninguém
Cesteiro que faz um cesto faz um cento,se lhe
derem verga e tempo
 Com a verdade me enganas
 Com papas e bolos se enganam os tolos
 Comer e o coçar o mal é começar
 Dar-se às vila-diogo   …. fugir
 Dar um bigode….. dar uma lição
 Dar por paus e por pedras …. mostrar-se irritado
 Devagar se vai ao longe
 Depois de fartos, não faltam pratos
 De noite todos os gatos são pardos
 Desconfia do homem que não fala e do cão que não ladra
 De Espanha nem bom vento nem bom casamento
 De pequenino se torce o pepino
 De grão a grão enche a galinha o paparrão
 Devagar se vai ao longe
 De médico e de louco, todos temos um pouco
 Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és
 Diz o roto ao nu 'Porque não te vestes tu?'
 Depressa e bem não há quem
 Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer
 Depois da tempestade vem a bonança
 Da mão à boca vai-se a sopa
 Deus ajuda, quem cedo madruga
 Dos fracos não reza a história
 Em casa de ferreiro, espeto de pau
 Enquanto há vida, há esperança
 Entre marido e mulher, não se mete a colher
 Em terra de cego quem tem olho é rei
 Erva daninha a geada não mata
 Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém
 tem razão
 Em tempo de guerra não se limpam armas
 Falar é prata, calar é ouro
 Filho de peixe, sabe nadar
 Gaivotas em terra, tempestade no mar
 Guardado está o bocado para quem o há de comer
 Galinha de campo não quer capoeira
 Gato escaldado de água fria tem medo
 Guarda o que comer, não guardes o que fazer
 Homem prevenido vale por dois
 Há males que vêm por bem
 Homem pequenino ou é velhaco ou dançarino
 Ignorante é aquele que sabe e se faz de tonto
 Junta-te aos bons, serás como eles, junta-te aos maus,
 serás pior do que eles
 Lua deitada, marinheiro de pé
 Lua nova trovejada, 30 dias é molhada
 Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão
 Longe da vista, longe do coração
 Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar
 Mal por mal, antes na cadeia do que no hospital
 Manda quem pode, obedece quem deve
 Mãos frias, coração quente
 Mais vale ser rabo de pescada que cabeça de sardinha
 Mais vale cair em graça do que ser engraçado
 Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo
 Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num
 minuto
 Madruga e verás trabalha e terás
 Mais vale um pé no travão que dois no caixão
 Mais vale uma palavra antes que duas depois
 Mais vale prevenir que remediar
 Morreu o bicho, acabou-se a peçonha
 Muita parra pouca uva
 Muito alcança quem não se cansa
 Muito come o tolo mas mais tolo é quem lhe dá
 Muito riso pouco siso
 Muitos cozinheiros estragam a sopa
 Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe
 Nuvem baixa sol que racha
 Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu
 Nem tudo o que reluz é ouro
 Não há bela sem senão
 Nem tanto ao mar nem tanto à terra
 Não há fome que não dê em fartura
 Não vendas a pele do urso antes de o matar
 Não há duas sem três
 No meio é que está a virtude
 No melhor pano cai a nódoa
 Nem contas com parentes nem dívidas com ausentes
 Nem oito nem oitenta
 Nem tudo o que vem à rede é peixe
 No aperto e no perigo se conhece o amigo
 No poupar é que está o ganho
 Não dá quem tem, dá quem quer bem
 Não há sábado sem sol, domingo sem missa nem
 segunda sem preguiça
 O saber não ocupa lugar
 Os cães ladram e a caravana passa
 O seguro morreu de velho
 O prometido é devido
 O que arde cura o que coça sara e o que aperta segura
 O segredo é a alma do negócio
 O bom filho à casa retorna
 O casamento e a mortalha no céu se talha
 O futuro a Deus pertence
 O homem põe e Deus dispõe
 O que não tem remédio remediado está
 O saber não ocupa lugar
 O seguro morreu de velho
 O seu a seu dono
 O sol quando nasce é para todos
 O ótimo é inimigo do bom
 Os amigos são para as ocasiões
 Os opostos atraem-se
 Os homens não se medem aos palmos
 Para frente é que se anda
 Pau que nasce torto jamais se endireita
 Pedra que rola não cria limo
 Para bom entendedor meia palavra basta
 Por fora bela viola, por dentro pão bolorento
 Para baixo todos os santos ajudam
 Por morrer uma andorinha não acaba a primavera
 Patrão fora, dia santo na loja
 Para grandes males, grandes remédios
 Preso por ter cão, preso por não ter
 Paga o justo pelo pecador
 Para morrer basta estar vivo
 Para quem é, bacalhau basta
 Passarinhos e pardais,não são todos iguais
 Peixe não puxa carroça
 Pela boca morre o peixe
 Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber
 Pimenta no cu dos outros para mim é refresco
 Presunção e água benta, cada qual toma a que quer
 Quando a esmola é grande o santo desconfia
 Quem espera sempre alcança
 Quando um não quer, dois não discutem
 Quem tem telhados de vidro não atira pedras
 Quem vai à guerra dá e leva
 Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte,
 ou é tolo ou não tem arte
 Quem sai aos seus não degenera
 Quem vai ao ar perde o lugar e quem vai ao vento
 perde o assento
 Quem semeia ventos colhe tempestades
 Quem vê caras não vê corações
 Quem não aparece, esquece; mas quem muito aparece,
 tanto lembra que aborrece
 Quem casa quer casa
 Quem come e guarda, duas vezes põe a mesa
 Quem com ferros mata, com ferros morre
 Quem corre por gosto não cansa
 Quem muito fala pouco acerta
 Quem quer festa, sua-lhe a testa
 Quem dá e torna a tirar ao inferno vai parar
 Quem dá aos pobres empresta a Deus
 Quem cala consente
 Quem mais jura é quem mais mente
 Quem não tem cão, caça com gato
 Quem diz as verdades, perde as amizades
 Quem se mete em atalhos não se livra de trabalhos
 Quem não deve não teme
 Quem avisa amigo é
 Quem ri por último ri melhor
 Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha
 Quanto mais te agachas, mais te põem o pé em cima
 Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto
 Quem diz o que quer, ouve o que não quer
 Quem não chora não mama
 Quem desdenha quer comprar
 Quem canta seus males espanta
 Quem feio ama, bonito lhe parece
 Quem não arrisca não petisca
 Quem tem boca vai a Roma
 Quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão
 Quando um cai todos o pisam
 Quanto mais depressa mais devagar
 Quem entra na chuva é pra se molhar
 Quem boa cama fizer nela se deitará
 Quem brinca com o fogo queima-se
 Quem cala consente
 Quem canta seus males espanta
 Quem comeu a carne que roa os ossos
 Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro
 Quem muito escolhe pouco acerta
 Quem nada não se afoga
 Quem nasceu para a forca não morre afogado
 Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele
 Quem não sabe é como quem não vê
 Quem não tem dinheiro não tem vícios
 Quem não tem panos não arma tendas
 Quem não trabuca não manduca
 Quem o alheio veste, na praça o despe
 Quem o seu cão quer matar chama-lhe raivoso
 Quem paga adiantado é mal servido
 Quem parte velho paga novo
 Quem sabe faz, quem não sabe ensina
 Quem tarde vier comerá do que trouxer
 Quem te cobre que te descubra
 Quem tem burro e anda a pé mais burro é
 Quem tem capa sempre escapa
 Quem tem cem mas deve cem pouco tem
 Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita
 Quem tudo quer tudo perde
 Quem vai ao mar avia-se em terra
 Quem é vivo sempre aparece
 Querer é poder
 Recordar é viver
 Roma e Pavia não se fez em um dia
 Rei morto, rei posto
 Se em terra entra a gaivota é porque o mar a enxota
 Se sabes o que eu sei, cala-te que eu me calarei
 Santos da casa não fazem milagres
 São mais as vozes que as nozes
 Toda brincadeira tem sempre um pouco de verdade
 Todo o homem tem o seu preço
 Todos os caminhos vão dar a Roma
 Tristezas não pagam dívidas
 Uma mão lava a outra
Uma desgraça nunca vem só
Vale mais um toma que dois te darei
Vão-se os anéis e ficam-se os dedos
Vozes de burro não chegam aos céus
 Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades
 SE CONHECEM MAIS ALGUM, NÃO HESITEM
EM  ADICIONÁ-LO

Tentativa de autopromoção

      Um jovem médico recém-formado, natural de Lisboa, decide ir para
       o interior do país, para o concelho de Vila Flor e montar o seu
        primeiro consultório.

Enquanto ainda organizava seu novo local de trabalho,pensou que 
tinha conseguidoseu primeiro paciente. Mas ficou preocupado em 
perdê-lo, casoo homem descobrisse que não tinha nenhuma 
experiência. 
Enquanto esperava, o médico ficou pensando em como poderia 
se promover, tentando se passar por alguém muito experiente!
 Quando, afinal, apareceu o primeiro paciente, ele já estava preparado.
 Assumiu um ar ocupadíssimo, fez sinal para que o visitante
aguardasse um momento e fingiu que estava respondendo a um
telefonema urgente:
 "Sinto muito, governador, mas é impossível", disse o médico ao
telefone. "Amanhã cedo tenho que ensinar uma cirurgia cardíaca para
 uma nova equipe". 
 "À tarde também estou ocupado", continuou. "Dou aulas na faculdade
e à noite e vou embarcar para um congresso em Nova York".
 Finalmente, percebendo a cara de surpresa do visitante, imaginou
que já havia conseguido impressioná-lo, e desligou. 
 "Em que posso servi-lo?", perguntou o médico.
 E o  técnico respondeu: "O senhor me dá licença, eu para instalar
 o telefone?"

Que letra falta no texto






Sem nenhum tropeço, posso escrever o que quiser 
sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo permitindo, mesmo o que de início, e somente de início,
se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo 
com sentido completo, como se isso fosse mero
ovo de Colombo.
 Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito 
bem o leitor empreender este belo exercício, dentro 
do nosso fecundo e peregrino dizer português, 
puríssimo instrumento dos nossos melhores 
escritores e mestres do verso, instrumento que 
nos legou monumentos dignos de eterno honroso 
reconhecimento.
Trechos difíceis resolvem-se com sinónimos. 
Observe-se bem: é certo que, em se querendo, 
esgrime-se sem limites com este divertimento 
instrutivo.
 Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo 
desporto do intelecto, pois escrevemos o que 
quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme o meu exclusivo desejo, escolherei 
 outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem
 o "P", "R" ou "F", ou o que quiser escolher. 
Podemos, em estilo corrente repetir sempre um 
som ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode 
ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um 
conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor
 preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos
 termos difíceis, muito e muito se prossegue do 
mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste 
século inconscientemente esquecerem e oprimirem 
o nosso português, hoje culto e belo, querendo 
substituí-lo pelo inglês. Porquê?
 
Cultivemos nosso polifónico e fecundo verbo, doce
 e melodioso, porém incisivo e forte, messe de 
luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio 
de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes 
e de condores.
 Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, 
escritores e professores.
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos 
legou um povo humilde, porém viril e cheio de
 sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.

Descobriste?
 Não?





O texto não tem a letra  "a"