Hino dos Fuzileiros
Como
outrora cruzámos os mares
agora lutámos em terras sem
fim.
Almas fortes nas claras alvoradas
No mar nos rios no lodo e capim.
Nossas boinas são da
cor das trevas,
que rasgámos de noite com e sem luar.
Negras trevas manchadas de sangue
de amigos mortos que ficaram além-mar.
Desfilai oh fuzileiros
mortos e
juntai-vos ao nosso cantar.
Há mil sonhos ainda a
viver,
mil batalhas ainda por
ganhar.
Recordai companheiros
Bolama,
recordai Cantanhez e o
Cacheu
onde um dia acendemos a
flama
que nos céus, da Guiné, se perdeu
E o Zaire ainda ao
longe nos chama
Chilombo pergunta se lembra nós.
Nessa Angola onde a dor
se derrama,
fomos sempre dignos dos nossos avós.
Moçambique nunca
esqueceremos:
Quanto sangue aí deixámos por ti!
Do Zambeze às terras do lago Niassa,
Tua voz nos dizia “cheguei
e venci”.
Quer na paz, quer mesmo na
guerra
Há um orgulho de quem bem
sabe ser
Bom marinheiro e
Soldado na terra
que jurámos querer sempre
defender.
Se nos chamarem
estaremos
onde quer que nos mandem lutar.
Nossas almas sem medo dos perigos
nossas boinas de novo estarão ao luar
Como sempre gritemos
“Presente”,
como sempre marchemos a par.
Só tem pátria quem sabe
morrer,
só tem pátria quem bem sabe
lutar
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