domingo, 26 de março de 2023

 

O Vice-Almirante Gouveia de Melo


O que fica para a história sobre a liderança de Gouveia e Melo

 Na hora de despedida, peritos nacionais em liderança das

 organizações mostram-se "impressionados" com o estilo do

vice-almirante e lembram que a liderança não depende só de

uma pessoa, nem de ter o "herói certo”. Sete meses depois de

ter assumido a coordenação da task force da vacinação contra

a covid-19 o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo prepara-se

 para entregar a chave de uma das maiores operações de

emergência de sempre - vacinar massivamente a população

portuguesa em tempo recorde.

Complexas foram a resposta mais eficaz à desconfiança que

persistiu demasiado tempo, quando os portugueses assistiam

a um arranque de um processo de vacinação confuso e onde

começavam a alastrar abusos e favorecimentos.

Missão cumprida, Gouveia e Melo vai deixar para memória

 futura as "lições aprendidas" e entregar ao ministério da Saúde

um  guião de todos os passos que foram dados, a organização,

as prioridades e as suas próprias impressões. Segundo indicou

 ao DN fonte oficial da task force é ainda intenção desta

 equipa colocar um texto na Wikipédia, quando a missão

terminar. Mas este indiscutível sucesso - mensurável, por

 exemplo, pelo facto de se ter vacinado 70% da população

 antes da data prevista e de colocar Portugal no topo dos

países com mais pessoas vacinadas (a previsão da task force

 estima que entre a 3ª e a 4ª semana de setembro se atinja

 os 85% da população totalmente vacinada) - deveu-se

apenas a uma só pessoa? O "guião" que pretende deixar

um exemplo, que serve para outros organismos públicos? Este

estilo de liderança é replicável? Qual o segredo do sucesso

desta liderança? E o que aprendeu o próprio vice-almirante,

um militar de carreira que nunca tinha liderado uma operação

 civil? Campo magnético  ao telefone do carro, no regresso de

uma visita ao centro de vacinação da Guarda, na passada

quarta-feira, Gouveia e Melo responde desde já à última

 interrogação: "Aprendi a trabalhar num sistema menos

hierarquizado, em que o processo de negociação é a essência,

o que, em geral, não acontece nos militares. Aprendi a negociar

 até à exaustão porque essa negociação é a cola de toda a

operação. Negociei e discuti ideias até haver quase consenso

de grupo. A partir daí, as coisas funcionam como um campo

magnético e todas as partículas vão nessa direção. Usava muito

 essa expressão de campo magnético - que orienta as partículas

do sistema na mesma direção e nem é preciso dar ordens.

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