segunda-feira, 21 de agosto de 2023

 

Este é o livro mais antigo da Língua .Sacramental Portuguesa 

e tem 530 anos

É o livro impresso mais antigo escrito em

português foi produzido em Chaves, no

Norte de Portugal.

Uma verdadeira joia da Língua Portuguesa

 Ao contrário do que muitos possam pensar, o primeiro

livro impresso em Portugal na língua portuguesa não foi

 produzido em grandes cidades como Lisboa, Porto, Braga

ou Coimbra. O livro impresso mais antigo em português foi

produzido em Chaves, uma pequena cidade no norte de

Portugal. Para quem desconhece a história desta pequena

 cidade, será difícil perceber as razões pelas quais terá sido

 aqui que o primeiro livro português foi impresso em Chaves.

 Chaves possuía, também, uma escola de cirurgia (uma das 

primeiras de Portugal), o que atesta a dimensão e a 

importância desta pequena cidade transmontana.

A impressora inventada por Gutenberg (veja no capítulo

anterior) trouxe o surgimento da técnica conhecida como

“tipografia”. O primeiro livro impresso tipograficamente foi

a Bíblia, em latim. A confiabilidade no texto e a capacidade

 do livro atender à demanda de um público cada vez maior

 tornou-se dependente da tipografia. Em Portugal, a novidade

 chegou no início do reinado de D. João II, que governo o

 país de 1481 até sua morte em 1495. O primeiro livro

impresso em Portugal foi o Pentateuco (os cinco primeiros

 livros do Velho Testamento, da Bíblia), na cidade de Faro,

mas com caracteres hebraicos. Não se sabe com exatidão

 qual foi o primeiro livro realmente publicado em língua

 portuguesa, mas muitos estudiosos consideram que tal

 livro tenha sido “O Sacramental”, de Clemente Sanches

 de Verácia.

Ponte de Trajano (Chaves) – Fernando Ribeiro

O que se tem como informações concretas sobre

“O Sacramental” é que sua primeira edição foi impressa

 em 1488 na cidade de Chaves, mas o autor não

era português. Ele era um padre de León, uma província

da Espanha. O livro Sacramental foi escrito por Clemente

e Sanches de Verácia. um clérigo leonês que viveu entre

 o século XIV e o XV e que escreveu várias obras

 religiosas e moralizantes. A primeira impressão

portuguesa terá ocorrido em Chaves em 1488. O seu

 Sacramental foi um dos livros mais lidos durante o

 século XV, tendo sido proibido pela Inquisição no

século XVI e consequentemente queimado. Teve

várias edições impressas em língua castelhana e

portuguesa. Descubra o livro mais antigo da língu

 portuguesa.

Chaves O Sacramental de Clemente Sanches de Verácia,

obra pastoral redigida entre 1421 e 1425 em língua

 castelhana, depois dos livros destinados ao ofício

religioso, foi o livro mais impresso na Península

Ibérica, desde a introdução da imprensa até meados

do século XVI. A primeira impressão portuguesa terá

ocorrido em Chaves em 1488, mas não existem provas

concretas que suportem esta tese. O incunábulo do

 Sacramental impresso em Chaves é considerado por

 alguns «o primeiro livro em língua portuguesa

impresso em Portugal».

Sacramental Segundo Vindel, teria sido o primeiro

livro impresso em Espanha; cerca de 1470 em Sevilha.

 Foi traduzido para o catalão – Lo sacramental –

em Lérida, 1495. Conhecem-se treze edições em

castelhano, uma em catalão e quatro em português.

Das edições em português, duas foram impressas no

 século XV (Chaves, 1488 (?); e Braga (?), ca.

1494-1500 e duas no século XVI (Lisboa, 1502; e

Braga, 1539).Sacramental.

O Sacramental é um depositário da forma como

deve viver o homem medieval, tratando a alimentação,

 as relações familiares, as relações sociais, a relação

com Deus, o trabalho, o descanso, a saúde, a doença

e a sexualidade, o que faz dele um documento

 indispensável para o estudo da sociedade medieval

 portuguesa. Assim começa o livro:

E por quanto por nossos pecados no tempo de

 agora muitos sacerdotes que hão curas de almas

não somente são ignorantes para instruir e ensina

 a fé e crença e as outras cousas que pertencem

 à nossa salvação, mas ainda não sabem o que

todo bom cristão deve saber nem são instruídos

nem ensinados em a fé cristã segundo deviam, e

o que é mais perigoso e danoso, alguns não sabem

nem entendem as Escrituras que cada dia hão-se ler

 e trautear.

 Eu Clemente Sanches de Verácia, bacharel em leis,

arcediago de Valdeiras em a igreja de León,

 ainda que pecador e indigno, propus de trabalhar

de fazer uma breve compilação das cousas que

 necessárias são aos sacerdotes que hão curas de

almas, confiando da misericórdia de Deus.»

Sem comentários:

Enviar um comentário