quarta-feira, 12 de junho de 2024

 

 

Assim era Bocage...

A arte de bem falar (antes do acordo ortográfico).


Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia,

ouviu um barulho
estranho vindo do quintal.

Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os

 seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e,

 surpreendendo-o ao tentar pular
o muro com os seus amados patos, disse-lhe:

-Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor

intrínseco dos bípedes
palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de

profanares o recôndito da
minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e

à socapa.

Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para

 zombares da minha elevada
prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com

 a minha bengala
fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal

ímpeto que te
reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo

denomina nada.

E o ladrão, confuso, diz:
-Doutor, afinal levo ou deixo os patos?

O que mais aflige o ser humano

 

Muitos dos conflitos que afligem o ser humano

decorrem dos padrões de comportamento que

ele próprio adota em sua jornada terrestre.

 É comum que se copiem modelos do mundo,

que entusiasmam por pouco tempo, sem que se

analisem as consequências que esses modos 

comportamentais podem acarretar.

Não se tem dado a devida importância ao

 crescimento e ao progresso individual dos 

seres.

 Alguns creem que os próprios equívocos são

menores do que os erros dos outros. 

Outros supõem que, embora o tempo passe 

para todos, não passará do mesmo modo para 

eles se iludem no sentido de que a severidade das

 leis da consciência atingirá somente os outros.

Embriagados pelo orgulho e pelo egoísmo

 deixam-se levar pelos desvarios da multidão

 sem refletir a respeito do que é necessário

realmente buscar-se. É chegado o momento em

 que nós, espíritos em estágio de progresso na

Terra, devemos procurar superar, de forma

verdadeira, o disfarçado egoísmo, em busca da

inevitável renovação.

Provocados pela perversidade que campeia,

ajamos em silêncio, por meio da oração que 

nos resguarda a tranquilidade. Gastemos nossas

energias excedentes na atividade fraternal e

voltada à verdadeira caridade.

Cultivemos a paciência e aguardemos a bênção

do tempo que tudo vence.

Prossigamos no compromisso abraçado, sem

desânimo, sem vãs ilusões, confiando sempre

no valor do bem.

É muito fácil desistir do esforço nobre,

comprar-se por um momento, tornar-se igual

 aos demais, nas suas manifestações inferiores.

Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo

 das paixões desgovernadas, caracterizam-se

pelo sabor dos temperos que se convertem em

ácido e fel, passados os primeiros momentos.

Aprendamos a controlar nossas más inclinações

e lograremos vencer se perseverarmos no bom

combate.

Conversamos sobre a luz. Modifiquemos hábitos 

danosos, em qualquer área da existência,

começando por aqueles que pareçam mais

 fáceis de serem derrotados. Sempre que surgir

  a oportunidade, façamos o bem, por mais

insignificante que nosso ato possa parecer.

Geremos o momento útil e aproveitemo-lo. Não

nos cabe aguardar pelas realizações grandiosas

, e tampouco podemos esperar glorificação pelos

nossos acertos.

O maior reconhecimento que se pode ter por

 fazer o que é certo é a consciência tranquila.

 Toda ascensão exige esforço, adaptação e

sacrifício, enquanto toda queda resulta em

prejuízo, desencanto e recomeço. Trabalhamos

nossa própria intimidade, vencendo limites e

obstáculos impostos, muitas vezes, por nós

mesmos.

Valorizemos nossas conquistas, sem nos

deixarmos embevecer e iludir por essas

vitórias.

Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e

muitos caminhos a trilhar.

Somente a reforma íntima nos concederá a

paz e a felicidade que almejamos. A mudança

 para melhor é urgente, mas compete a cada

 um de nós, corajosa e individualmente, decidir

a partir de quando e como ela se dará.

 



 

 

 

 

 Conflitos de gerações 

 

Podemos  quatro partes:


1. A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada,

despreza a autoridade e não tem o menor respeito

pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são

verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando

 uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e

são simplesmente maus.

2. Não tenho mais nenhuma esperança no futuro

do nosso país se a juventude de hoje tomar o

poder amanhã, porque esta juventude é

insuportável, desenfreada, simplesmente horrível.

3. O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico.

Os filhos não ouvem mais os pais. O fim do

mundo não pode estar muito longe.

4. Esta juventude está estragada até ao fundo

do coração. Os jovens são maus e preguiçosos.

Eles nunca serão como a juventude de

antigamente...

A juventude de hoje não será capaz de manter a

nossa cultura.

 

A vida é uma grande arte.

 

É saber viver, é aprender, conhecer, amar e sentir.

É dar conta de tudo que nos faça permitir, na roda

 da vida.

 

O sentido de existir.

A vida é uma grande emoção.

Na verdade, sem sabermos, quem nos 

dita as regras.

 

É o nosso coração.

Só viver na emoção, no ritmo acelerado da vida,

Sem usarmos também a razão,

Ela sem ser percebida nos envolve numa teia,

E então perdemos a direção.