Conta-se que um filosofo quando estava a casa um certo dia,
ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.
Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus
patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o
ao tentar pular o muro com os seus amados patos, disse-lhe:
-Oh, bucéfalo anacrónico! Não te interpelo pelo valor
intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto ignóbil
e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação,
levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes
isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares
da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado,
dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua
sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à
quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso por não perceber quase nada da linguagem
que utilizou o filosofo proprietário diz:
-Desculpe estimado Senhor, levo ou deixo os patos?
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