quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Um professor da Universidade Lusíada

Naquela manhã, quando o novo professor de "Introdução à
politica entrou na sala, a primeira coisa que fez foi
perguntar o nome a um aluno que estava sentado na
primeira fila:
- Como te chamas?
- Chamo-me Manuel Carlos da Silva.
- Sai de minha sala de aulas e espera lá fora até que
te chame. 
O Carlos ficou desconcertado. Quando voltou a si,
levantou-se rapidamente, recolheu as suas coisas e
saiu da sala.
Todos alunos ficaram meio assustados e indignados,
com atitude autoritária do professor, porém ninguém
disse nada.
Agora sim! - e perguntou o professor.
- Para que servem as leis?...
Continuavam assustados.Depois, pouco a pouco começaram a
a responder às suas perguntas:
- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.
- Não! - respondia o professor.
- Para cumpri-las.
- Não!
- Para que as pessoas  paguem por seus atos criminosos 
- Não!
- Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!
- Para que haja justiça - disse timidamente o Leafar.
- Até que enfim! É isso... para que haja justiça.
E agora, para que serve a justiça?
Todos começaram a ficar incomodados com a atitude do
prof.. Porém, iam respondendo:
- Para salvaguardar os direitos humanos...
- Bem, que mais? - perguntava o professor.
- Para diferençar o certo do errado... Para premiar a
quem faz o bem...
- Ok, não está mal.Então... respondam a esta pergunta:
agi corretamente ao expulsar o Carlos da sala de aula?...
Todos ficámos calados, ninguém respondeu.
Quero uma resposta decidida e já!
- Não!! - responderam todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
- Sim! Quase gritaram.
-Então, porque disseram nada a esse respeito?
Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade
necessária para as praticar?
- Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando
presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados,
nunca mais!
- Vai chamar o Carlos - disse, olhando um fixamente.
Naquele dia os alunos receberam a lição mais prática de direito. 
Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade
e a dignidade não se negocia.

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