O SEU SEGURO AUTOMÓVEL 
SEGURA MAIS DO QUE VOCÊ PENSA Muitos 
milhares de portugueses estão a pagar
seguro automóvel 
e nunca acionam uma determinada
cobertura por não 
saberem que têm esse direito. Podem
poupar centenas
 ou milhares de euros numa emergência quando
estão de
 férias, mas as seguradoras não fazem muita
questão de
 realçar que essa cobertura existe.
 Muitos de nós pagamos seguros e nunca chegamos
a
 usá-los, porque... nem sabemos que existem.
 Se tem um seguro automóvel, há uma cobertura
que
 pode usar em caso de emergência, e que poderá
ajudá-lo
 a poupar centenas ou milhares de euros, mesmo
que tenha
 deixado o carro em casa. É a assistência em
viagem. 
Mas isso não é só para o reboque do
carro? Não. Veja este 
exemplo. Em 2016 um meu amigo estava
de férias numa 
estância de esqui em Andorra. Ele, a
família e uns amigos 
foram de autocarro. O carro ficou em
Portugal.
No penúltimo dia de férias, depois do
jantar, o meu amigo
 começou a sentir-se mal. 
Chamaram o 112 e foi para um hospital
 particular em Andorra, onde lhe diagnosticaram
um 
tumora cabeça. 
Ele era saudável e nunca
suspeitou. Podia ter
 acontecido a qualquer um de nós. ele esteve
internado 
2 dias. A situação seria grave em
qualquer circunstância, 
mas neste caso foi pior por estar no
estrangeiro. 
Felizmente,a mulher dele percebia de seguros e
ligou para
 a seguradora o carro que, sublinho, ficou em Portugal.
 A
assistência em viagem do seguro do carro pagou todas
as
 despesas que ele teve no estrangeiro, incluindo o
transporte 
em ambulância com enfermeiros de Andorra para
Portugal.
 Também pagaria o hotel da mulher, mas não foi necessário, 
porque ela dormiu no hospital.
 A ASSISTÊNCIA EM VIAGEM É PARA SI ENÃO (SÓ) 
PARA O CARRO. 
Esta cobertura
de despesas médicas, alojamento e bilhete
s de
viagem em caso de acidente ou doença só pode ser usada 
quando está no estrangeiro.
Mas pode acontecer a qualquer um de
nós ou a um familiar
 nosso. Também inclui os filhos ou os pais, se
viverem consigo.
 Em que situações esta cobertura pode ser
acionada? 
Por exemplo, pode torcer um pé na
piscina no hotel em 
Cabo Verde ou no Brasil. Ou pode
apanhar uma gripe em 
Nova Iorque ou em Paris. Ou pode
desmaiar sem razão 
aparente em Madrid ou Berlim e precisar
de ir a um médico 
ou a uma farmácia. Pode ter de
regressar de urgência a 
Portugal ou, pelo contrário,
continuar lá mais uns dias ou 
semanas. O seguro pode pagar, se
acionar a cobertura. 
Os portugueses viajam cada vez mais,
seja em trabalho seja 
em férias. É nessas alturas que deve
lembrar-se dos papéis 
que tem na gaveta. E não se esqueça
que por vezes pagar 
mais 1 ou 2 euros de seguro (para ter
uma cobertura melhor)
 pode fazer muita diferença. CONTRATAR O SEGURO
BASE
 OU O VIP? Quando contrata um seguro automóvel,
ele inclui 
sempre a assistência em viagem: Para
poupar uns cêntimos, 
pode escolher o mais barato, mas o
valor que o seguro pagará 
no caso de o acionar poderá ser muito
baixo, ou nenhum. 
A viagem “Light”, ou seja, nas letras
miudinhas dizia que 
era só aplicável em Portugal
continental. Ou seja, se tiver 
um problema no estrangeiro, o seguro
não paga NADA. 
 Quando fez o seguro do seu carro.Tem esse
documento 
em casa ou no seu e-mail. Cada caso é
um caso. Tem de ler
 o que contratou. Alguns passaram por problemas
de saúde (
ou familiares) no passado e tiveram
de pagar tudo do próprio
 bolso, porque não faziam ideia de que o seguro
pagava
 essas despesas. Agora já sabem. 
Alguns foram ler a apólice e
reclamaram que não dizia lá 
nada disso. Pois. Tem de saber o que
contratou. Os seguros 
mais baratos têm tantas exceções e
limites que provavelmente
 não tem mesmo direito a essa assistência em
viagem. 
Mas aí é simples. Agora que já sabe é
só ligar para o seu
 mediador de seguros e pedir um seguro melhor
na próxima 
anuidade, pelo mesmo dinheiro. Eu
tive curiosidade em ver o
 que dizia o meu seguro. Fui aos arquivos e
verifiquei que 
tenho afinal muito mais coberturas do que pensava.
Sabendo isto, é claro que as vou usar
quando precisar.
 Aliás, vários espectadores disseram-me que
falaram com os 
mediadores quando precisaram e que
lhes disseram que não 
havia nada disso. Descobriram agora
que afinal podiam. 
Nem o mediador se lembrou do seguro de assistência em 
viagem
do carro. 
Só se lembraram do seguro de viagem
propriamente
dito. Peça o documento com as
condições particulares do 
seguro automóvel à sua seguradora.
Tem lá os valores que o 
seguro cobre em cada categoria. Por
exemplo, descobri que
 se me roubarem no estrangeiro, a
seguradora lhe manda
 dinheiro para eu me desenvencilhar, embora
tenha de os
 devolver quando regressar a Portugal.
 E que me ajudam a encontrar as malas perdidas,
se isso 
acontecer.
 Tenho uma lista enorme de serviços que são
obrigados a
prestar-me para me dar assistência em
viagem. 
E melhor: aplica-se a qualquer pessoa
que viva comigo
 em casa, mesmo que eu não tenha ido com eles
(filhos,
marido, mulher ou pais, avós). As
coisas que descobrimos 
quando nos dispomos a ler. Mas há
outras situações 
igualmente graves que podem ser
cobertas pelo seguro de
 assistência em viagem. Se estiver fora do país
e morrer 
um familiar seu, o seu seguro do
carro pode pagar a 
viagem de avião de
regresso. Se tiver um incêndio ou 
inundação em casa enquanto está no
estrangeiro, o 
seguro pode pagar a sua
viagem de regresso. TEM DE
 LIGAR ANTES DE FAZER QUALQUER DESPESA
 Mas há uma regra de que não pode esquecer-se. Tem de
 ligar logo para o seguro. 
Não pode apresentar as
despesas depois. 
A exceção é se estiver
inconsciente. Deve
contactar a seguradora o mais
depressa possível, para 
ser ela a tratar de tudo. Se
apresentar as despesas 
depois, quando chegar a Portugal, a
seguradora não 
vai aceitar. Faça uma listagem de
todos os seus seguro
 e as respetivas coberturas. E, quando viajar,
leve
sempre uma foto do número das suas
apólices no seu
telemóvel ou guardadas no e-mail. É
daquelas coisas 
que era bom que nunca precisasse
delas, mas já que 
existem e que as paga, se um dia
precisar lembre-se 
que as coberturas da assistência em
viagem vão muito 
além do reboque. Fiquei extremamente
contente com
 as reações a esta reportagem. De facto, é um
gosto 
sentir que o jornalismo pode ser útil
às pessoas. 
Garante-me que a missão do jornalismo
não está
 perdida — pelo contrário. Parece uma coisa
simples,
 mas acreditem que estas informações podem um
dia 
fazer a diferença na vida das
pessoas. Conhecer os 
nossos direitos enquanto consumidores
é o primeiro 
passo para termos uma vida (um pouco)
melhor. 
Consumidores informados estão mais
protegidos.