terça-feira, 4 de março de 2025

 

Apressada avaliação

 Conta-se que um açougueiro transmontano,

 mais precisamente dda região do Vale da

Vilariça que tinha um talho em Lisboa.

 Carniceiro atendia os clientes com seus

Modos muito simpáticos, quando entrou no

seu açouge um normal cachorro.

Ele pensou enxotá-lo, quando se apercebeu

 que o animal trazia um saco à boca.

Verificou que, dentro do saco, havia um

 bilhete.

Atendeu o que estava ali escrito, devolvendo

ao cão o saco, com carne bem acondicionada

 e troco.

O animal, com o saco à boca, saiu do açougue

tranquilamente e foi andando pela calçada.

O magarefe ficou intrigado:

 De quem seria aquele cão tão bem treinado

cão?

Resolveu segui-lo. O cão chegou na primeira

 esquina, levantou as patas traseiras e

apertou o botão do semáforo para travessia

de pedestres, parando o trânsito de veículos.

Então, atravessou a rua, na faixa de pedestres.

Mais adiante, outro semáforo estava vermelho e

o cão parou. Quando o sinal ficou verde, o cão atravessou a rua.

Chegou a uma paragem de autocarros e esperou.

Quando chegou o primeiro autocarro, o cão

 olhou para o letreiro e não entrou.

Quando outro chegou, parou, um pouco depois,

o animal voltou a olhar o letreiro. Dessa vez,

entrou e ficou perto da porta, acompanhando o

trajeto com atenção.

O homem do açougue estava perplexo. Nunca

vira nada igual!

Depois do autocarro percorrer várias ruas,

o cão desceu do paragem mais próxima da casa

do seu mestre.

Quando chegou a casa, abriu o pequeno portão e

entrou. Parou em frente à porta e começou a

bater com a cabeça na madeira.

Depois, foi à janela e começou a bater a cabeça

 contra o vidro, várias vezes.

Finalmente, a porta se abriu. Um homem grande--  lisboeta, zangado veio para fora e começou a

agredir o cão, chamando-lhe,  parvo, inútil e traste.

O açougueiro não aguentou. Deteve a agressão e

 falou ao dono do cão:

Que é isto? Você tem um animal extraordinário, inteligente e o agride-o dessa maneira?

Inteligente? - gritou o dono. Ele é um tonto. Já

 falei um milhão de vezes a este inútil que vive

comigo, que se esquece de levar a chave da porta!

Naturalmente, o conto é fictício. Pode levar

ao riso.

Ou podemos parar um momento e refletir.

Quantas vezes agimos como o dono desse cão?

Com as pessoas que  nos servem, nos agradam e

nós..E só reclamamos.

Reclamamos da nossa mãe que não nos

preparou a sobremesa que pedimo.

E esquecemos de agradecer a roupa limpa,

impecável, no armário; os pratos preparados

com esmero; as frutas, o suco, o cereal, o café

da manhã, e tudo que nos fazem por nós!...Não

sejas ingrato,para quem faz tanto por ti!...

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